6.6.07

Vôo rasante




Andrew Bird y sus muchachos

Passa uma pessoa mais de um mês em contagem decrescente, a criar expectativas bastante altas e, vai-se a ver, são deitadas por terra em poucos minutos...
Passo a explicar: bilhete comprado para a 2.ª fila, com a antecedência de quem não quer mesmo perder por nada o concerto de dia 31 de Maio no São Jorge; chego a horas (que isto hoje em dia é imprevisível se consigo ou não cumprir um horário...) e depois o homem entra em palco após uma introdução de duas músicas do senhor aqui da esquerda (aka Dosh) e que, quanto a mim, conseguiu salvar a noite.
O som estava mau, foi melhorando ao longo do concerto mas nunca chegou a estar bom. Esperava qua a postura fosse bastante diferente e tive a sensação de débito durante todo o concerto, com a confirmação de apenas 1 encore apesar da insistência do público (o que me cheira sempre a uma falta de vontade que torna falsas todas as palavras proferidas apenas por obrigação e falsa simpatia: "naos adouramous Lisboua!").
Na verdade, não posso dizer que tenha sido mau, ele é um excelente executante e técnico, um virtuoso, mas faltou-lhe aquele toque que torna alguns concertos inesquecíveis. Deixo sempre impressionar-me pelos samples e loopings, mas nem esses foram bem executados e, se por vezes o erro até pode ter uma certa piada, neste caso soou a desleixo puro e duro.
Já o Sr. Dosh impressionou bastante com o seu ar impenetrável e compenetrado, mudando das baquetas para o teclado, comandando praticamente todas as operações electrónicas que se iam transformando em música.
Tendo eu que seleccionar muito bem o que posso ou não ver hoje em dia talvez tenha tido uma visão pouco tolerante sobre o espectáculo, mas a verdade é que me soube a pouco.
Conseguiu voar, mas baixo.

Ps.: abonam a favor as meias às riscas iguais a umas que há aqui em casa e que, por coincidência, foram também usadas nesse dia!

2 comments:

Anonymous said...

Aqui voou tão alto...

rita said...

Irra! Há gajos cá com uma sorte!!!
:-)