1.10.12

To those who wait

taleigo
good things come to those who waittaleigo1
Sabem aquela coisa das coincidências e de se passar grande parte da vida a dizer que elas não existem e que é tudo fruto do acaso? Pois é, eu era uma dessas pessoas. Mas há já algum tempo que a minha vida me ensinou que existem, sim senhora, e que mandei o meu cepticismo bacoco às urtigas.
Não sei se é destino, karma ou coincidência pura e dura, mas há situações que são no mínimo curiosas, e que tanto me divertem, como às vezes assustam de tão estranhas que são.
Em Maio de 2009 cruzei-me com este taleigo lindo numa feira de velharias em Coimbra (1.ª foto). Encheu-me de tal forma os olhos que pedi à senhora que o tinha à venda autorização para tirar uma foto. Fotografei-o para a posteridade porque o preço era exagerado para o meu bolso na altura e porque, assim, poderia voltar a ele sempre que me apetecesse.
Não é que em Setembro de 2012, passados 3 anos e meio (!), ao remexer numa caixa na feira de velharias de cá, vejo um saco lindo? Peguei nele, ao mesmo tempo que pensava "deve ser caríssimo". Procurei o preço na caixa e fiquei surpreendida com os 2,5€ marcados. Comprei-o sem pestanejar!
A minha bisavó paterna fazia-os e oferecia-os à família e, em casa dos meus avós, sempre o pão foi religiosamente guardado num. Tenho, por isso, uma grande admiração pelo patchwork e um grande respeito pelo que significava, numa época de muito poucos recursos, o poder de transformar os restos dos tecidos em peças que têm tanto de lindas como de funcionais.
Só depois, já em casa, me foram familiares os tecidos e percebi que era o mesmo saco que eu tinha deixado escapar há uns anos!
E, sempre que me acontecem coisas destas, não consigo deixar de pensar no ditado popular que engrandece a arte da espera e de que esta história é um exemplo provado: guardado está o bocado para quem o há-de comer ou, na versão inglesa ligeiramente mais poética good things come to those who wait.

6 comments:

isabel said...

Mesmo! E que beleza te estava reservada!

Libelinha said...

É tão verdade e... A "Geração do Instantâneo" (que é assim que lhe chamo) não sabe esperar e quer tudo na hora.
Esse taleigo estava-te destinado ❤

Beth Finholdt said...

Que bela história Rita! E que linda peça.

Cláudia Pinheiro said...

Olá Rita,

Eu acredito nestas coisas de karmas... Às vezes também me acontecem coisas que me fazem pensar... : )

sara (sushi lover) said...

Ah, que bonito! uma boa metáfora e um lindo saco.

Libelinha said...

Há coisas que simplesmente nos estão destinadas ;)