11.3.09

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Podia escrever aqui todas as baboseiras que normalmente se escrevem acerca dos filhos, mas não vou fazê-lo porque sou demasiado humana (com tudo o que isso tem de bom e de mau) para a perfeição. E como não sou uma pessoa perfeita, também não sou uma mãe perfeita, mas sou de longe melhor mãe do que alguma vez pude imaginar conseguir ser, apesar de tudo. Porque me esforço. É um wip permanente, perene. E isso custa todos os dias. Muito. E a vida real da maternidade não é aquela coisa melosa de que muita gente fala e apregoa como se fosse verdade.
Decidi há algum tempo deixar de acompanhar a vida de pessoas que insistem em mostrá-la sem falhas, erros, enganos – o que lhe queiram chamar – porque ficava a sentir-me uma incapaz perante tanta perfeição junta.
Não, não se tem paciência, nem se consegue fazer bem, nem estar 100% disponível todos os dias. Falha-se. Falha-se muito e aprende-se com isso.
É enriquecedor? É. Torna-nos pessoas melhores? Sim. Mas exige que muitas vezes se vá buscar forças onde parece não haver e há dias em que é extenuante e que se pensa "mas onde é que eu estava com a cabeça quando me meti nisto?"... Acho que não deve haver nenhum pai nem mãe que nunca tenha pensado nisso durante pelo menos um micro-segundo!
Mas depois olho para ela e penso em tudo o que aprendi nestes três anos e nas minhas características rombas que conseguiu tornar mais suaves. E na sorte que tenho em ter uma filha perfeita, inteligente e tão alegre.
Será redundante dizer que cresceu. Num instante. E que tenho saudades de quando era bebé, apesar de ainda não ser grande – apesar de todas as noites sem dormir, da exaustão, de alturas de quase desespero – porque me lembro do abandono em que dormia ao meu colo e era a minha bebé, porque agora sei que devia ter aproveitado melhor.
Porque cresceu, num instante. E a partir de agora vai deixando de ser minha de dia para dia, cada vez mais independente e autónoma, cada vez mais depressa.
E eu, cada vez com mais cabelos brancos e a sentir o tempo a passar por mim, cada vez mais depressa, vou gostar de olhar para ela e pensar que fiz alguma coisa bem.

11 comments:

Philosophical Karen said...

I remember I had Smarties on my birthday cake when I turned 3.

Vera Espinha said...

parabéns rita! Acho justo como mães termos maus dias, porque os filhos também os têm. Nada disto é perfeito, mas é pelo amor aos filhos que fazemos disto o maior desafio da nossa vida, aquele que nos faz descobrir o que realmente somos e o conseguimos dar de melhor e de pior, compreender e aceitar isso.
:-))

maria madeira | antónio rodrigues said...

Pois é, a vida é uma constante construção que se aprende com as coisas boas e más, seres perfeitos não existem. Somos apenas nós, tão imperfeitos e maravilhosos... :)

Maria

Anonymous said...

É tão verdade o que descreves!

Sandra FRib said...

Ritinha, parabéns pela tua linda filhota.
Eu não o descreveria tão bem, realmente ser mãe é tudo isso.
Big Kiss

Anonymous said...

Oooooh! Parabéns!!

Anonymous said...

Pois é, tal e qual!
Mas olha que ela é linda mesmo! ;) Parabéns!
E traquinas? Pensa que ela está a criar uma personalidade propria, muito dela, muito a sua vontade; e muita, muita paciencia para ti!

rita said...

karen: :-D i had them too when i was a little girl and i remember i always loved the cakes my mother made me. that's why i make them now, every year!
minhas restantes e lindas pessoas: obrigada pelos vossos comentários que me fazem sentir menos freak nas minhas falhas.

Anonymous said...

pelo ar dela és uma óptima mãe! ;) e aos olhos dela serás sempre perfeita... e é o que importa ;)
muitos beijos.

Unknown said...

Muitos parabéns. E que post TÃO lindo.

Patrícia Mantas said...

Parabéns. Adorei ler este post! Tudo isso faz parte.