8.5.10

Safari

Acho que a razão pela qual gosto tanto de música hoje em dia tem uma relação directa com o facto de ter crescido a ouvi-la de uma forma natural, tal como bebia água, comia ou dormia. Desde o Franck Pourcel aos Abba, passando pelas Doce (fase em que exasperei a minha mãe quando aos 4 ou 5 anos esganiçava pela casa a cantar aquelas letras de encontros amorosos manhosos de madrugada) e toda a santa foleirada que foi apanhando boleia pelo caminho.
Mas a minha adolescência foi marcada por duas metades: a primeira, pelos Stone Roses, a segunda, pelos Pixies. E não me venham cá dizer coisas, porque continuam a ser duas das minhas bandas preferidas até hoje.

Juntamente com os Pixies, veio a adoração pela Kim Deal, sim, porque sem ela os Pixies nunca teriam saído da cêpa-torta, e as Breeders.
A música tem o poder fantástico (a par dos odores e dos sabores), de me transportar, assim com efeitos especiais e tudo, no tempo e no espaço, a uma velocidade vertiginosa, para sítios recônditos e esquecidos. Sem travão, nem mudanças, nem cinto de segurança, nem airbag. De repente já lá estou e não há mesmo nada a fazer, só esperar que a música acabe. Às vezes é doloroso, outras não.
Se consegui encontrar o primeiro disco dos Stone Roses em Londres há uns anos por um preço anedótico e vim de lá em êxtase, e foi um disco do qual nunca cheguei propriamente a esquecer-me, ontem, ao procurar umas músicas no youtube, dei de caras com um disco que me levou de volta uns bons 15 anos, ou talvez bem mais, com um belo sorriso na cara a acompanhar.
É um EP das Breeders com 4 músicas chamado Safari, lindo, e se a memória não me falha, ofereci-o em vinil à pessoa mais importante da minha vida na altura.
Pergunto-me se ainda o terá passado tantos anos...

Não sei como fui capaz de me esquecer disto, ora oiçam lá:










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