6.5.11
Summerhead
Lembro-me bem o quanto revirava os olhos quando a minha mãe, aos primeiros indícios de verde nas árvores, começava a dizer "ai que lindo, tudo verdinho", e lá queria eu saber do verdinho nessa altura. Era-me indiferente se fazia calor ou frio, se havia árvores floridas e campos verdejantes, porque a minha vida era cheia dos meus amigos e as condições climatéricas não eram uma questão que nos demovesse de nada.
Nunca me lembro de termos desistido do que quer que fosse porque estava um frio de rachar ou calor de derreter.
Éramos totalmente imunes a tudo o que pudesse interferir nos nossos planos, e lembro-me até de num dia de tempestade eminente, com trovoada por cima das nossas cabeças e relâmpagos a cair no mar (que inconsciência a nossa que podíamos ter levado com um raio em cima) e com o cabelo todo no ar, termos tirado fotos memoráveis que ficaram para a posteridade.
Curiosamente, o passar dos anos despertou em mim o gene do "verdinho" e do "ai que lindo" e "que bem que cheira a flores".
Transformei-me definitivamente numa pessoa do tempo ameno e de sandálias nos pés e de gelados e de praia e de dias compridos. E de flores. E do verão.
E essa parte devo-a toda à minha mãe.
---
I remember well how much i rolled my eyes when my mother, at the first signs of green in the trees, began to say "oh how beautiful, all so green", and of how i couldn't care less about that.
It was indifferent to me whether it was hot or cold, if there were flowering trees and green fields, because my life was full of my friends and the weather conditions were not a subject that moved us from anything we wanted or planned. And i don't recall of us ever giving up whatever we had our minds set up to because it was a freezing cold or melting heat.
We were totally immune to anything that could interfere with our plans, and i remember even on a stormy day, with a great thunderstorm over our heads and lightning falling into the sea (how unconscious we were, without even thinking that one could strike us) and with our hair in the air, due to the static electricity, we took pictures for posterity.
Curiously, the years passing awakened me to the "green" and "oh how beautiful" and to the "look, it smells like flowers" gene.
I definitely became a person of mild weather and sandals and ice cream and beach and long days. And flowers. And summer.
And that part i owe it all to my mom.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
dizem que todas nós acabamos por um dia nos transformar nas nossas mães... acho que na adolescência essa ideia é assustadora... aos poucos, aprendemos a compreende-las e a saber que elas sabiam o que era bom :)
eu saio ao verão.
da mãe vem o gosto pelo arroz doce.
:)
da minha vem muita mas mesmo muita coisa boa e má vem... o ser resmungona :P
(é muito feio perguntar uma coisa destas mas não resisto, onde arranjar uma sandálias catitas como essas? A marca ou assim...
aiaiai)
caTARINA
beautiful words.
and pictures :)
Post a Comment